Wednesday, May 26, 2010

Resenha comum



Você está aí, entorpecido com a sua vidinha, mas uma hora você acorda. Deixa de ser quem você sempre achou que era e começa a perceber que a vida está se despedindo, dizendo tchau bem aos pouquinhos. “A velhice não é uma batalha, é um massacre”, diz o primeiro livro do Roth que eu experimentei.

Robertinho (Pereira) tinha me indicado qualquer coisa do Roth, porque, segundo ele, qualquer coisa dele era excelente. Homem comum, pelo menos, correspondeu às expectativas. Junto com outros 3 livros, forma um conjunto que não tem a mesma temática, "mas gira em torno de uma mesma ameaça", nas palavras do próprio autor. Para mim, a discussão que predomina nesse é uma só: o fim. O fim das coisas, de tudo o que somos e construímos. Um fim que não tem relação direta com sentimentos clichês de arrependimento ou orgulho: é apenas a consciência de que acabamos, ou que estamos em vias de acabar. E isso gera um conflito resignado, um sentimento que pode estar relacionado a tudo o que nos tira, às vezes repentinamente, da realidade que inventamos.

Escrevi no meu twitter: não sei se terminei um Roth ou se ele que me terminou. Foi como despertar o homem barbudo e louco gritando “o fim está próximo!” que existe dentro de mim. Agora, esse doido está de novo sob controle, depois que terminei o livro, coloquei-o na estante e voltei para a minha vidinha de sonâmbula.